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Responsáveis legais pela natureza

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Partindo para o segundo texto da série “O Criador e a criação”, hoje veremos que somos responsáveis legais pela natureza e este sempre foi o plano de Deus.

Nós podemos ser seres desenvolvidos em raciocínio e intelecto à imagem e semelhança de Deus, mas isso não nos torna melhores que o restante da natureza e da criação. Quando entendemos isso, passamos a enxergar a criação através de uma visão muito mais próxima e sensível. Porém, falar sobre o cuidado com a natureza não parece, aos olhos da igreja e de muitos cristãos, um assunto verdadeiramente relevante e eterno, de modo que, para muitos, é um tema que não interfere na salvação (pensamento equivocado).

A falta de revelação e conhecimento pleno da essência de Deus tem levado o homem, por muitas vezes, a partir de uma ideia (errada) a respeito da permissão dada por Deus a Adão para dominar a natureza (Gênesis 2:15-16). Essa ideia gera uma visão que libera o homem para usufruir da mesma maneira insustentável e infinita até que ela se esgote, porém cumpra a sua função de acordo com as necessidades e interesses da humanidade. Enquanto a perspectiva correta de dominância envolve compreender o domínio como uma oportunidade de liderar sobre a natureza de modo a usufruir dela com responsabilidade e equilíbrio, partilhando o mesmo lugar no espaço e garantindo que ela exista para as gerações futuras até a volta de Cristo.

Biblicamente, existe uma responsabilidade depositada por Deus sobre o homem de cuidarmos da sua criação. Por mais que não exista um mandamento entre os 10 que fale explicitamente “cuidem do meio ambiente”, existem os dois principais mandamentos bíblicos que abrangem também o meio ambiente:

  • (Tiago 2:8) “ame o teu próximo como a ti mesmo”:
    Amo meu próximo, logo preservo a natureza para que o meu próximo também tenha acesso a ela. Não possuo direito de gastar todos os recursos existentes e assim privar as gerações futuras e até mesmo a geração presente de usufruir dos recursos naturais que Deus criou para o acesso responsável do homem.
  • (Mateus 22:37) “ame a Deus acima de todas as coisas”:
    Amo a Deus acima de todas as coisas, logo cuido de sua criação (aqui entra o princípio da mordomia que falei anteriormente). Se você ama a Deus, não destrua aquilo que ele criou com tanto amor e propósito e que Ele mesmo concluiu que era bom e perfeito (Gênesis 1:31).

A Bíblia ainda ressalta outros pontos pelos quais um cristão deve cuidar do meio ambiente:

  • Cuidar do meio ambiente é um princípio que comprova que creio em Deus:
    Se eu creio em Deus, devo cuidar e zelar daquilo que Ele criou.
  • Deus se importa com toda a sua criação, logo eu também devo me importar com ela:
    (Salmos 104) fala sobre como Deus direciona o vento, forma a chuva, cria as águas para alimentação dos animais e se preocupa até com a moradia dos passarinhos… Ou seja, Deus se importa com cada detalhe de toda a sua criação, não apenas com o homem. Como cristãos, devemos limitar nossa visão antropocêntrica, deixando de nos preocupar única e exclusivamente conosco mesmos e ignorando o restante da criação de Deus, mas devemos amar e nos importar com o restante da criação.
  • Somos responsáveis por guardar e cuidar da natureza:
    No Éden, Deus depositou o cuidado e a administração da natureza nas mãos do Ser Humano, essa responsabilidade não acabou com a queda do homem e com o pecado. Somos responsáveis por administrar e cuidar, tal como usufruir daquilo que a natureza nos dá de forma RESPONSÁVEL ainda nos dias de hoje. (Gênesis 2:15) Deus fala sobre ter entregue a administração da natureza em nossas mãos. Logo, devemos ser bons MORDOMOS daquilo que Ele nos confiou.

Uma vez que entendemos essa responsabilidade, devemos nos posicionar como filhos de Deus em um lugar ativo de mudança e deixar de redirecionar a responsabilidade para terceiros, sejam eles pessoas, entidades governamentais e ou místicas.

Afinal, ‘Porque a criação aguarda com ardente expectativa a revelação dos filhos de Deus. Porquanto a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que também a própria criação há de ser liberta do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação, conjuntamente, geme e está com dores de parto até agora’ (Romanos 8:19-22). A natureza criada aguarda a revelação dos filhos de Deus!”