acaba de surgir um novo formato neste blog. hoje mais cedo, enquanto lia a palavra, fui fazer um estudo mais aprofundado de um versículo que me chamou a atenção. disso tive a ideia de começar a compartilhar estes breves estudos que faço, quando achar que são viáveis, para o meu breve público que acompanha o blog.
então, tal qual a série de posts “pensamentos randômicos” que, como o próprio nome diz, compartilho os pensamentos aleatórios que tenho ocasionalmente, a série “breve estudo” acaba de ser inaugurada e trará breves estudos ocasionais que faço da palavra e acho relevante compartilhar. =)
o de hoje, é baseado em Provérbios 11:22 que vai dizer:
Como anel de ouro em focinho de porco, assim é a mulher bonita, mas indiscreta.
o provérbio usa uma figura de linguagem contextualmente forte, na época, para fazer uma comparação: um anel de ouro (símbolo de valor e beleza) no focinho de um porco (animal impuro e sujo para os judeus). nos tempos bíblicos, porcos eram desprezados pelos hebreus por serem ritualmente impuros. Levítico 11:7 vai dizer que:
O porco tem casco dividido e fendido, mas não rumina, por isso é impuro para vocês.
aqui o próprio Deus taxa o animal como “impuro”.
por outro lado, o anel de ouro poderia ser um adorno de prestígio — em contraste absoluto com o porco.
essa comparação aponta para uma incongruência: um objeto valioso colocado em algo que não tem capacidade ou dignidade para valorizá-lo. a ideia aqui é: a beleza (valor) está sendo desperdiçada ou manchada pela falta de sabedoria ou moralidade.
no versículo temos duas palavras que são destaque, são elas ‘’bonita/formosa’’ (a depender da versão) e “indiscreta”. vejamos o que elas significam a fundo:
- formosa (hebraico: yefat-to’ar) = bonita fisicamente.
- indiscreta (hebraico: sāṯ) = sem julgamento, sem senso, sem moral ou modéstia. pode implicar também falta de autocontrole ou comportamento escandaloso.
valor além da aparência
- o provérbio ressalta o valor que se dá à aparência externa versus o caráter e sabedoria interna.
- no mundo atual, onde a estética muitas vezes ganha mais espaço que o conteúdo, esse texto nos confronta a ver a beleza como incompleta sem sabedoria e virtude.
aplicações modernas
é válido ressaltar que, embora o texto use a figura feminina, não está falando apenas das mulheres. o princípio, na verdade, se aplica a qualquer pessoa que tenha “aparência” sem “essência”.
com isso, hoje, poderíamos dizer: “como um carro de luxo sem motor, assim é a pessoa admirada externamente mas vazia por dentro.’’
além disso, o provérbio não é misógino, como um ataque às mulheres. mas sim uma crítica à dissonância entre beleza e comportamento. ele se dirige à sociedade hebraica que possui diversos provérbios semelhantes para homens, em outros contextos (como o homem tolo, preguiçoso, arrogante etc.).
resumo com aplicação prática:
com isso, concluímos que a beleza sem sabedoria é como uma joia desperdiçada. assim como o ouro perde seu valor ao ser colocado no focinho de um porco, também a beleza perde seu brilho quando não é acompanhada de caráter, discernimento e dignidade. o versículo nos leva a valorizar o interior acima do exterior, ressaltando que a verdadeira beleza está ligada à sabedoria, caráter e reverência a Deus.
Deus abençoe.
até mais.